top of page
Foto do escritorAgata Christie

A biografia controversa de Glauco Velásquez

Atualizado: 26 de ago. de 2020

.

Foto publicada na coluna Ecos Sociaes no jornal A Época em 1913.

Para entender a circunstância em que nasceu Glauco Velásquez devemos nos ater primeiramente a quem foram seus familiares. Apesar de pouco se saber a respeito da sua vida em Nápoles onde nascera, sabe-se que seus familiares não o abandonaram originalmente. Antes de entender quem era Glauco Velásquez é necessário saber quem eram seus pais.

Quem foram os ancestrais de Glauco Velásquez?

Adelina Alambary Luz (18[-?] - 1938)


Adelina Alambary Luz ([18-?] – 1938) ou Adelina Virgínia Cerqueira Alambary Luz, era uma moça rica. Filha de Adelaide Adelina Cerqueira de Alambary Luz ([18--?] – 1897) e José Carlos de Alambary Luz (1833 – 1915), bacharel em direito e várias vezes Diretor de Instituição Pública no Rio de Janeiro. Era neta do Comendador Pedro Cerqueira (1807 – 1876), proprietário da Fazenda São Roque em Paquetá. Adelina Alambary fora incentivadora e copista de Glauco Velásquez e posteriormente, após sua morte, tornou-se arquivista de uma sociedade que fundou em seu nome (MORAES JUNIOR, VERZONI, 2014; CARNEIRO, NEVES, 2002, p.9).


Eduardo Medina Ribas (18[-?]-1884)

Eduardo Medina Ribas foi um barítono português de descendência espanhola, que era, segundo Carneiro e Neves (2002), provavelmente da Galícia. Pelo que consta, “todos os seus ancestrais, haviam sido músicos. Seu pai, “o maestro Juan Antônio Ribas (1799 – 1869), [foi] diretor do Conservatório do Porto e da Banda de Napoleão Bonaparte (1769 – 1821)”.

Um de seus irmãos “Nicolau Medina Ribas, foi professor de Leopoldo Miguéz (MORAES, VERZONI, 2014, p.129)”. Eduardo M. Ribas chegou ao Brasil, por volta de 1843. Além de cantor era trompista, compositor e desenhava. Enquanto barítono “colaborou na empresa de Ópera Nacional de José Amat, havendo cantado, em 1861, a primeira ópera de Carlos Gomes – Anoite do Castelo” (HEITOR, 2016, p.195-196).


O escândalo

Jornal O Paiz em 21 de junho de 1915.

Glauco Velásquez é gerado do relacionamento de Adelina Alambary Luz e Eduardo Medina Ribas. Segundo Maria Cecília Ribas Carneiro (2002), o nome de Glauco de Velásquez fora um nome fantasia escolhido por sua mãe. Para Adelina Alambary esta foi uma das saídas encontradas como forma de despistar qualquer ligação com o menino gerado fora do casamento. Envolta em aparências, Adelina teve seu filho na Itália, longe dos olhos da sociedade brasileira da época, pois ela não era casada e sua condição de moça sem matrimônio grávida seria um escândalo para a época.

Glauco Velásquez foi dado para se criado por um pastor metodista, em Nápoles, cidade onde nascer. No entanto, o compositor fora registrado no consulado brasileiro, o que o mantinha conectado com a nacionalidade brasileira. Viveu na cidade italiana até os 12 até quando morrera seu tutor e ele é levado para o Brasil em 1896 (CARNEIRO; NEVES, 2002).


Referências


MORAES JUNIOR, Jaime Ninice de; VERZONI, Marcelo. A Sociedade Glauco Velásquez (1914-1918) e sua história musical no Rio de Janeiro. Anais do 13º Colóquio de Pesquisa do PPGM da UFRJ, p.129, 2014

HEITOR, Luiz. 150 anos de música no Brasil (1800 – 1950). Rio de Janeiro. Editora Fundação Biblioteca Nacional. 2016.

CARNEIRO, Maria Cecília Ribas; NEVES, José Maria, Glauco Velásquez, Coleção Academia Brasileira de Música, Vol.1, Rio de Janeiro: 2002, editora Enelivros.

16 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page