Apesar de um componente importante na vida de Glauco Velásquez, mencionada em documentos, cartas e nos depoimentos de várias personalidades contemporâneas do compositor, à Adelina Alambary Luz não foi dada a mesma importância que a outros personagens.
Durante as pesquisas não foi encontrada imagem que poderia trazer a luz a fisionomia de dona Adelina. Apenas as menções e depoimentos sobre sua personalidade podem dar a entender a ideia de como pode ter sido esta mulher.
Maria Cecília Ribas Carneiro (2002) afirma que “Adelina poderia poderia ter sido bonita quando moça”. Quanto aos modos de uma senhora rica, Carneiro aponta as memórias de seu pai, que afirma que ela falava pausadamente. Entre suas qualidades “era muito inteligente, instruída com grandes qualidades artísticas, pois cantava, pintava, desenhava e tocava piano” (CARNEIRO; NEVES, 2002, p.17).
Luiz Heitor (2016) aponta que Adelina Alambary “era uma senhora admirável, de grande inteligência e grande coração”. Sua refinada educação tornou-se um trunfo importante para as funções de arquivista e copista que exercera ao lado de Glauco Velásquez em vida e depois de sua morte.
As menções sobre Adelina Alambary em livros da historiografia como o de Azevedo (1950 e 2016) apontam para uma mulher culta e refinada. Afinal, naquele início de século XX, só uma mulher de classe social abastada teria acesso à conhecimentos musicais tão aprofundados. Foram estes mesmos conhecimentos que a levaram a ser copista de Glauco Velásquez quando este fizera seu primeiro concerto. E posteriormente a levou a ocupar o cargo de arquivista na Sociedade fundada no nome do filho.
Referências
CARNEIRO, Maria Cecília Ribas. NEVES, José Maria. Glauco Velásquez. Coleção Academia Brasileira de Música. vol.1. Riode Janeiro: Editora Enelivros. 2002.
HEITOR, Luiz. 150 Anos de Música no Brasil. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Fundação Biblioteca Nacional. 2016.
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