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Foto do escritorAgata Christie

As funções de arquivista de Adelina Alambary luz



A caligrafia de Adelina Alambary é sempre muito bem cuidada, porém dados algumas ocasiões, foram encontradas cartas escritas às pressas, ou talvez até com urgência.

Neste ponto, é interessante observar a estética da caligrafia quando se trata da dificuldade compreensão de algumas palavras por conta da imprecisão do traço. Este fato acaba por exigir maior atenção no ato de decifrar seu conteúdo.

A carta mostrada aqui possui duas páginas. Na primeira, o conteúdo em resumo trata-se do agradecimento da remessa do número de partituras selecionadas e do programa. Dentre elas, a arquivista menciona duas outras obras, a Sonata I de Velásquez e a Nostalgia.


Obras mencionadas...


Antes de prosseguir com a transcrição da carta, deve-se destacar as duas obras mencionadas. A Sonata I trata-se na Sonata I, "Appassionata", de 1910. Cujo subtítulo não consta nos manuscritos da obras, mas aparece mencionado pelo compositor em carta a José Rodrigues Barbosa bastante mencionada em post anteriores. Tais menções a este documento têm ligações com as críticas proferidas à obra que foi bastante impactante no dia de sua estreia em 20/11/1911, seu primeiro concerto público no Salão do Jornal do Commercio por Frederico Nascimento e Thilda Aschoff.

Nostalgia, Opus. 69, trata-se de uma peça de câmara para violino e piano, que segundo o catálogo de José Maria Neves (2002) no livro Glauco Velásquez, foi dedicada a Paulina d'Ambrósio. Foi estreada em 20/05/1912 no Salão do Jornal do Commercio por Paulina d'Ambrósio e Ernani Braga.


Uma de suas cartas...


A seguir serão transcritos os trechos com informações mais importantes, sendo então escrita de Paquetá, a 29 de setembro de 1916.

“Recebi ontem a sua carta com o pedido da Sonata I de Glauco Velásquez, não lh’a mandei hoje, não porque amanhã é que terei portador, como porque quis aproveitar a ocasião para enviar para Paulina D’Ambrósio, a – Nostalgia – que o Sr. me fará o favor de lh’a entregar. Diga-me o que ficou resolvido sobre a audição de Soeur de Beatrice – que se não for para muito breve, posso copiar as partes de canto separadamente, para que o Sr. as dê para a senhorita Stella Duval, afim de que ela as faça estudar e melhormente realizar a execução.”

Na carta da página anterior, Adelina cita três obras as quais Gallet havia pedido. Para complementar as informações das peças as quais a arquivista fala é necessário a consulta do catálogo das obras de Glauco Velásquez. A primeira obra que aparece é a Sonata I, que ao que parece é a mesma que a Sonata 1ª que consta no catálogo. Obra para violoncelo e piano, Allegro, Largo, e Finale, datada de 06 de outubro de 1910. Aparentemente, os dois manuscritos que constam na UFRJ, o antigo instituo Nacional de Música, são os originais feitos pelo compositor e cópias de Adelina Alambary.


A outra obra que aparece nas palavras de Adelina é a Nostalgia. No catálogo contas que esta obra pertence ao opus 69, com a instrumentação indicada como para violino e piano. Foi dedicada a intérprete mais presente tanto em amizade durante vida do compositor, como sua violinista predileta, Paulina D’Ambrósio.

Paulina foi também uma instrumentistas de grande nome na época, após a morte de Glauco Velásquez, foi membro da sociedade em que levava seu nome. sendo Quando o compositor viva, foi a responsável pela estreia de várias peças.

Durante toda a década, de 1911, que foi quando Glauco Velásquez fez seu primeiro concerto de obras público, até o fim desta década, meados de 1919, Glauco Velásquez, em alguma medida, ainda ocupou espaços nas colunas musicais dos jornais deste período.

Adelina sempre atenta ao que se dizia sobre Glauco Velásquez e suas obras, aparece a seguir trecho transcrito do final da segunda página, ela escreve mensagem, um lembrete pós escrito, e pede a Gallet que lhe comprem jornais e os enviassem por correio.

“Vão com esta 1$000 para me fazer o obséquio de comprar nas redações dois números de jornais que trouxessem a notícia da audição das músicas de Glauco em casa do Sr. Guerra Duval, e remetê-las registradas para aqui, com o meu endereço”.

Adelina Alambary se manteve responsável pela obra de Glauco Velásquez durante toda a existência de Glauco Velásquez, mesmo depois de sua desistência do cargo. Para mais histórias sobre Adelina Alambary Luz vide posts anteriores.


Referências


LUZ, Adelina Alambary. Carta manuscrita. 29/09/1916. Acervo da Biblioteca Alberto Nepomuceno da Escola de Música da UFRJ.

CARNEIRO, Maria Cecília Ribas Carneiro. NEVES, José Maria Neves. Glauco Velásquez. vol.1. Rio de Janeiro: Enelivros. 2002.


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