Reportagens noticiadas sobre concertos de Glauco Velásquez desde seu primeiro concerto na casa do Conselheiro Lourenço e Albuquerque:
Jornal do Commercio - 30/07/1911
A Notícia – 21/09/1911
Correio da Manhã – 21/09/1911
Gazeta de Noticias – 30/07/1911 e 22/09/1911 .
A polaridade
Depois de seu primeiro concerto público Glauco Velásquez deixou uma divisão entre a opinião da sociedade carioca da época. Para aqueles que se afinavam com uma concepção mais conectada com a visão moderna da música que se fazia da época, Glauco Velásquez trouxe muitos elogios e ascendeu a visão de muitos enquanto gênio. Para uma outra parcela do público que se via mais conservadora e que ainda mantinha conexão com ideias clássicos das formas consagradas, conforme o termo de Volpe (2000), Glauco Velásquez possuía uma estética bastante complexa e pouco experiente como falou Oscar Guanabarino (1912).
Apesar disso, de todo modo, Glauco Velásquez esta no que chamamos de "na boca do povo". A alta sociedade esteve curiosa para ouvir as obras de Glauco Velásquez. Nos jornais como Correio da Manhã, Jornal do Commercio, O PAIZ, A Noticia, Gazeta de Noticias, A Noite, entre outros, foram vistos a publicação de programas e críticas sobre os concertos e a performance dos intérpretes nas obras de Glauco Velásquez.
Existem comentários de José Rodrigues Barbosa, Oscar Guanabarino, Luis de Castro, Enrico Borgongino, Eurico Nogueira de França, para citar os mais representativos na primeira metade do século XX.
As lideranças da polaridade
A polaridade em torno de Glauco Velásquez possuía nome e sobrenome. É possível afirmar, com base nos textos críticos publicados nos jornais de 1911 a 1913 como o Jornal do Commercio com Rodrigues Barbosa e Luis de Castro que Glauco Velásquez trazia seus partidários na crítica (CARNEIRO; NEVES, 2002).
“A sua obra é absolutamente nova; ele não compõe de acordo com determinados moldes (...), o seu estilo, a sua forma nada têm em comum com as escolas conhecidas (...)” (BARBOSA, Jornal do Commercio, 30/07/1911).
Assim, Rodrigues Barbosa que, segundo Maria Cecilia Ribas Carneiro (2002) teria sido parte do círculo de Adelina Alambary e Glauco Velásquez, era partidário da escrita moderna do compositor (BARBOSA, 1912).
Por outro lado, quando se fala da oposição direcionada ao estilo de Glauco Velásquez Oscar Guanabarino se posiciona com duras críticas, mas de certo modo, proferindo comentários contundentes quanto à aspectos estilísticos sobre as obras de Glauco Velásquez. O jornal O PAIZ foi um dos periódicos na capital carioca ao qual o crítico atuou.
"...[com] uma estética de difícil apreensão (...), [o] compositor Glauco Velásquez torce a inspiração sufocando-a mesmo, e suprime a melodia para acumular vários retardos e prolongadas apojaturas..." (GUANABARINO, O PAIZ, 29/05/1913).
Apesar de chegar ao fim do século XX esquecido, a fama de Glauco Velásquez em seu tempo, as polêmicas sobre sua escrita e os textos críticos publicados cooperaram para manter sua memória existindo. Mesmo soterrada pelo tempo, aquele que decidisse se debruçar sobre sua obra e consequentemente sua biografia seria agraciado com muitas memórias.
Referências
BARBOSA, Rodrigues. Concerto Glauco Velásquez. Theatros e Musica. Rio de Janeiro: Jornal do Commercio. 12/07/1912.
GUANABARINO, Oscar. Glauco Velásquez. Rio de Janeiro: O Paiz. 29/05/1913.
CASTRO, Luiz de. Notas de Musica - Um compositor brasileiro: Glauco Velásquez. A Noticia. 21 e 22/06/1911.
CARNEIRO, Maria Cecília Ribas; NEVES, José Maria, Glauco Velásquez, Coleção Academia Brasileira de Música, Vol.1, Rio de Janeiro: 2002, editora Enelivros.
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