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Foto do escritorAgata Christie

Influência de compositores brasileiros



Em sua biografia é visto que Glauco Velásquez deve ter sido influenciado pela música feita na Itália, mas os registros mais representativos são de sua carreira no Brasil. Assim, seus estudos foram consolidados numa das instituições mais importantes no Brasil no início do século XX, o Instituto Nacional de Música. Lá foi visto que havia grande circulação da música mais recente feita na Europa. Como de costume, os músicos e instrumentistas brasileiros naquele tempo costumavam estudar no velho mundo e isso foi uma das razões responsáveis pela renovação do repertório no Brasil. Outra razão foi o fato, segundo Volpe (2001), de que a elite brasileira do início do século estava conectada com os modelos estéticos europeus alemães (como na música de Wagner) enquanto sinônimo de pregresso.

Além disso, as influências, de modo geral, de compositores brasileiros desde o século XVIII, por exemplo, foram as mesmas. Volpe (2000), num estudo sobre o período romântico no Brasil, afirma que a música circulante no período da Primeira República abrange o repertório centro-europeu clássico-romântico.

Desde os tempos do Instituto Nacional de Música Glauco Velásquez se manteve ligado a Francisco Braga e ocasionalmente a Henrique Oswald. Desse modo, a inclinação de Glauco Velásquez à linguagem da música de câmara era uma tendência que também havia afetado seus mestres. Desse modo, os três foram vistos por Volpe (1994) como os maiores criadores para o gênero no Brasil. É possível, no entanto, afirmar que o gosto pela música de câmara era, não só um elemento comum entre os três compositores como também um sinal da influência alemã sobre ambos.


A ligação de Glauco Velásquez com os mestres



O peso do apreço de Glauco Velásquez por seus tutores é medido então através de suas palavras quando o autor escreve para o crítico Rodrigues Barbosa (CARNEIRO; NEVES, 2002). Trata-se de um trecho de sua carta em que o compositor menciona seus tutores. Sobre Braga diz:


“A longa e quase absoluta reserva em elogios do professor de composição do Instituto Nacional de música, o senhor Francisco Braga, e as suas criteriosas observações foram para mim benéficas e de um grande aproveitamento e estímulo. Verdadeiro artista e de compreensão lúcida, ninguém conhece como ele, o esforço que empreguei trabalhando durante muitos anos. E devido a convivência, nenhum profissional analisa tão diretamente os meus trabalhos modernos e que ao seu julgamento eu com prazer submeto".

Cita também Henrique Oswald:

"Não deixo de registrar o íntimo prazer e gratidão por mim sentidos, quando em fins de 1905 o fino compositor e bom senhor Henrique Oswald, depois de ter ouvido alguns romances meus distinguiu-me com palavras que não serão esquecidas nunca” (CARNEIRO; NEVES, 2002, p.52).

O Instituto Nacional de Música foi o elo que ligava Velásquez a Braga. Por outro lado, foi também um elo entre Braga e Oswald. Pois, Martins (1995) afirma que a amizade dos dois durou durante toda a vida de ambos. Quanto a relação de Glauco Velásquez e Francisco Braga, isto também ocorreu. Ambos foram amigos durante a vida de Velásquez e posteriormente a amizade de Braga foi de grande colaboração para Adelina Alambary e a fundação da Sociedade Glauco Velásquez.


Referências



HEITOR, Luiz. 150 anos de música no Brasil (1800 – 1950). Rio de Janeiro. Editora Fundação Biblioteca Nacional. 2016.

MARTINS, José Eduardo. Henrique Oswald: Músico de uma saga romântica. São Paulo. EDUSP. 1995.

VOLPE, Maria Alice. Algumas Considerações sobre o conceito de Romantismo musical no Brasil. Revista Quadrimestral da Academia Brasileira de Música: Brasiliana. n.5 maio de 2000.



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