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Foto do escritorAgata Christie

O começo do fim


De 1914 a 1918 foi o período em que a Sociedade Glauco Velásquez fundada por Luciano Gallet, Adelina Alambary e Francisco Braga durou após a morte de Glauco Velásquez (MORAES; VERZONI, 2014).

Apesar das inúmeras razões para seu fim uma delas aparece comprovada em carta manuscrita. Como foi mostrado em posts anteriores Adelina Alambary e Gallet possuíam uma relação frequente durante a sociedade e posteriormente (CARNEIRO; NEVES, 2002). Desse modo, uma carta de 21 de agosto de 1917 mostra a desistência de Adelina do cargo da sociedade demonstrando então o primeiro passo para o encerramento das atividades da sociedade.


A prova do evento


O ano de 1917 foi o penúltimo ano de existência da sociedade Glauco Velásquez. Mas que neste ano ainda ocorriam os tão valorizados concertos em prol da propagação da oba do compositor. Como se sabe, Adelina era a arquivista da sociedade até então, sendo responsável pelos manuscritos, e consequentemente pelas cópias dirigidas aos respectivos intérpretes que se apresentariam.

Considerando este fato, abaixo está uma cópia da carta de pedido de demissão de Adelina Alambary da sociedade Glauco Velásquez. Transcrita na íntegra, a então ex-arquivista, entre outros motivos, alega que sua “fora da capital poderá prejudicar de algum modo os trabalhos da Sociedade Glauco Velásquez”. Escrita de Paquetá, 21 de agosto de 1917, esta carta deixa especulações dobre o fato de Adelina, ao que parece, ter morado toda a vida na Ilha de Paquetá.

Além disso, esta carta é um documento comprovatório do momento em que foi decidido que as obras de Glauco Velásquez fossem arquivadas no instituto Nacional de Música. Mesmo não tendo a confirmação de quando exatamente isso ocorreu, a decisão está descrita nesta carta.


Desta carta destaca-se as palavras de Adelina:

“Por muitos e poderosos motivos, entre eles considerar eu que a continuação da minha permanência fora da capital poderá prejudicar de algum modo os trabalhos da Sociedade Glauco Velásquez, pelo menos retardando o conhecimento das composições de Glauco, resolvi pedir brevemente a minha demissão da posição de arquivista.
Rogo, portanto, com instância ao Sr. combinar com o Sr. Maestro Braga, diretor artístico da Sociedade, o melhor meio de acautelas as músicas. De acordo ambos, me façam saber se poderei manda-las entregar ao diretor do Instituto, Avalon Milanez, me pedindo acessar-me por escrito o recebimento de todas para arquivá-las no mesmo instituto, desde que a sociedade não tem ainda arquivo teu”.

Referências


CARNEIRO, Maria Cecília Ribas. NEVES, José Maria Neves. Glauco Velásquez. Rio de Janeiro. Editora Enelivros. 2002.

LUZ, Adelina Alamabary. Carta manuscrita. 21/08/1917. Acervo da Biblioteca Alberto Nepomuceno da Escola de Música da UFRJ.

MORAES JUNIOR, Jaime Ninice de; VERZONI, Marcelo. A Sociedade Glauco Velásquez (1914-1918) e sua história musical no Rio de Janeiro. Anais do 13º Colóquio de Pesquisa do PPGM da UFRJ, p.129, 2014

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