Glauco Velásquez foi consideravelmente conhecido em seu tempo. No fim das contas sua originalidade e inovação causaram. Não importa se existiram críticas a favor ou contra. O fato é, se ele chamou tanta atenção a ponto de se abrirem espaços em diversos jornais e revistas para que falassem de sua obra, de uma forma ou de outra Velásquez deixou sua marca e sua memória.
Apesar disso, depois de sua morte e com o fim da Sociedade Glauco Velásquez, o compositor foi sendo esquecido e os jornais passaram a expressar-se sobre outros músicos e eventos musicais que se fizeram notar. Várias especulações e considerações foram emitidas ao longo do século XX sobre a questão do esquecimento de Glauco Velásquez.
Nesse sentido, muitos musicólogos (ALMEIDA, 1926 ou MONTEIRO, 2011) e pessoas que escreveram obras direcionadas a história da música brasileira, um dia torceram para que Velásquez fosse redescoberto.
Um compositor munido de sorte de ter uma mãe que, mesmo não revelando sua real condição, tornara a vida do compositor mais próspera. Adelina Alambary Luz trouxe ao filho acesso as grandes personalidades da música que viveram na época (vide posts anteriores). Com isso, seu círculo de amigos era repleto de um elenco bastante influente.
A carta mostrada a seguir foi escrita três anos depois da morte de Glauco Velásquez e coincide com o período de existência da Sociedade Glauco Velásquez. Dentre muitas, Adelina Alambary escreve a Luciano Gallet noticiando uma homenagem ao seu filho falecido: o nome numa rua.
Esta correspondência data da época em que a mãe de Velásquez já não mais prestava trabalhos como arquivista da sociedade. Esta, como todas as outras correspondências já mencionadas, foi escrita de Paquetá, em 2 de novembro de 1917.
“(...) Sabes que a prefeitura vai pôr o nome de Glauco Velásquez em uma das ruas de nossa cidade? (...) Lê as Atas do Poder Legislativo no Jornal do Commercio de 1º de novembro, (anteontem)”.
Discretamente Adelina, ao que parece, preocupou-se com todos que se relacionava à Glauco Velásquez por toda a sua vida. Essa é, uma das muitas correspondências de Adelina a Luciano Gallet que comprovam a proximidade dos dois e a missão que ambos tomaram para si mesmos. Desse modo, são vistos vários registros que apontam Glauco Velásquez e sua importância para a música erudita brasileira do início do século XX.
Referências
ALMEIDA, Renato. História da Música Brasileira. F. Briquiet & Comp, 1926.
MONTEIRO, Eduardo. Henrique Oswald e os românticos Brasileiros. Em busca do tempo perdido. Revista 12. p.68, 2011.
LUZ, Adelina Alambary. Carta Manuscrita. 02/11/1917. Acervo da Biblioteca Alberto Nepomuceno da Escola de Música da UFRJ.
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